Encontrei este assunto no blog: http://dani-alfabetizacaodivertida.blogspot.com.br/, vale a pena dar uma olhada e uma boa reflexão:
Quais os animais preferidos das crianças do 1º ano? Quantos alunos comem
verdura? Quanto mede a mão de cada um deles? Curiosidades como essas podem
acabar com uma simples contagem ou servir de base para um trabalho capaz de
iniciar seus alunos no desenvolvimento de diversas competências, como
coletar informações, organizá-las e representá-las na forma de gráficos ou
tabelas — além de interpretá-las criticamente.
Para que ler gráficos?
A
esse conjunto de saberes foi dado o nome de "Tratamento da Informação", tratado
nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática como parte da
alfabetização. Justifica-se: só está alfabetizado quem sabe ler e interpretar
dados numéricos dispostos de forma organizada. "Os meios de comunicação
usam essa linguagem diariamente. Por isso, é preciso decodificar essas
representações visuais", diz Diva Marília Flemming, da Universidade do Sul
de Santa Catarina. No Currículo para a Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel este assunto é tratado como "Linguagem da Informação".
Maria Sueli Monteiro, consultora do Prêmio Victor Civita, diz que muitas
vezes os trabalhos de "Tratamento da Informação" terminam na produção de
gráficos, sem ensinar a relacionar os dados nem a criticá-los. "É
essencial propor questões com base nesse tipo de representação visual",
avalia.
Nunca é cedo demais.
Os conteúdos do "Tratamento da Informação" ou "Linguagem da Informação" podem ser introduzidos nos primeiros ciclos, com questões simples como as lançadas no início desta reportagem. A pesquisa adquire consistência com o uso de alguns procedimentos científicos, como a organização de dados de forma livre, a montagem de tabelas e a escrita de um pequeno relatório como conclusão. A partir do 6º ano é possível produzir representações visuais baseadas em textos jornalísticos ou científicos e iniciar os estudantes no raciocínio combinatório, usando para isso materiais de uso comum — um bom exercício é combinar camisetas com bermudas e calcular a quantidade de pares que podem ser formados.
Os conteúdos do "Tratamento da Informação" ou "Linguagem da Informação" podem ser introduzidos nos primeiros ciclos, com questões simples como as lançadas no início desta reportagem. A pesquisa adquire consistência com o uso de alguns procedimentos científicos, como a organização de dados de forma livre, a montagem de tabelas e a escrita de um pequeno relatório como conclusão. A partir do 6º ano é possível produzir representações visuais baseadas em textos jornalísticos ou científicos e iniciar os estudantes no raciocínio combinatório, usando para isso materiais de uso comum — um bom exercício é combinar camisetas com bermudas e calcular a quantidade de pares que podem ser formados.
Para desenvolver um bom trabalho nessa área, a pesquisadora Clayde
Regina Mendes, coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação
Matemática da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, sugere um roteiro
adequado a todos os níveis. A seguir, uma adaptação dos principais conceitos
propostos.
1. Definição do tema:
Decida com a turma o assunto a estudar (a votação pode gerar uma
tabela). Em caso de questões polêmicas, como sexualidade ou drogas, convoque
uma reunião com os pais para explicar o trabalho. Sempre que possível, convoque
colegas de outras disciplinas para enriquecer o estudo.
2. Leitura e registro:
Busque junto com os alunos informações sobre o tema e faça os próprios
estudos para dirigir o trabalho.
3. Objetivos:
Especifique as metas da pesquisa. Levante as questões que serão
respondidas no final do processo. Peça que a turma opine sobre os possíveis
resultados (levantamento de hipóteses) e não se esqueça de registrar sempre as
hipóteses para, mais tarde, compará-las com as conclusões.
4. Público-alvo:
Defina com os alunos quem serão os entrevistados. Assim fica mais
fácil adequar a linguagem ao público na hora de elaborar as perguntas.
5. Instrumentos de pesquisa:
Elabore com os alunos questões básicas, curtas e objetivas. As respostas
dispostas em forma de alternativas vão facilitar a compreensão pelo
entrevistado e, sobretudo, a posterior tabulação. Denomina-se formulário quando
as anotações são feitas pelo pesquisador mediante as respostas do entrevistado;
e questionário quando o entrevistado anota as próprias respostas. Gravador,
lápis e papel são os instrumentos mais utilizados para fazer a entrevista.
6. História:
Conte um pouco da história da estatística, se houver interesse da
garotada. Com o desenvolvimento das sociedades primitivas, surgiu a necessidade
de conhecer numericamente os recursos disponíveis para tomar decisões. A
palavra estatística apareceu pela primeira vez no século XVIII, proferida pelo
alemão Gottfried Achemmel. Ela vem de statu, que quer dizer estado, em latim.
Outras informações podem ser obtidas nos sites listados no Quer saber mais?, ao
final desta reportagem.
7. Coleta de dados:
Oriente os alunos a se apresentar ao entrevistado, explicar os objetivos
da pesquisa e perguntar se ele concorda em responder às questões. Caso a pessoa
se recuse, o grupo não pode desanimar. Deve agradecer a atenção e procurar
outro entrevistado.
8. Organização dos dados:
Numere os formulários, para evitar que eles sejam analisados duas vezes.
A tabulação pode ser feita em duplas.
9. Conteúdos:
Avance nos conteúdos de Matemática conforme o nível da turma. Intervalo,
fração, razão, ângulo, cálculos, proporção e porcentagem são itens que surgem naturalmente.
Se os alunos têm condições de explorá-los... Para reforçar, elabore exercícios
baseados em notícias de jornal ou revista.
10. Tabelas e gráficos:
Ensine os alunos a organizar os dados. Régua, compasso, lápis,
transferidor e papel milimetrado são essenciais. Tabelas organizam informações
em linhas e colunas, enquanto gráficos usam imagens (barras, setores, linhas ou
elementos pictóricos). Essa fase pode ser feita no computador. Com as turmas
mais avançadas, compare as tabelas publicadas na mídia (que têm títulos curtos
e muitas cores) com as feitas para trabalhos científicos (que precisam seguir
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas, bem mais formais).
11. Análise dos dados:
Elabore perguntas cujas respostas possam ser deduzidas das
representações e relacionadas com o conhecimento adquirido nas leituras
iniciais. O ideal é que esse procedimento se repita ao longo de todo o projeto,
mas com as tabelas e os gráficos prontos fica mais fácil levar a turma a
analisar corretamente os dados. Assim, todos vão reforçar o raciocínio crítico.
12. Relatório:
Mostre como se faz para produzir um relatório. O documento-padrão tem
introdução, objetivos, uma descrição de como os dados foram colhidos, o nome
dos pesquisadores, os resultados, as tabelas e os gráficos produzidos e uma
conclusão final.
13. Avaliação:
Faça anotações durante todo o projeto sobre as observações e o
raciocínio dos alunos. Anote tudo para aprimorar o próximo projeto. É
fundamental analisar o relatório final para saber se as ideias estão
organizadas de forma a confirmar que houve aprendizado.
14. Divulgação:
Envie cópias para os outros professores e organize uma exposição para os
alunos explicar os procedimentos e conclusões às outras turmas.
Quer saber mais?
Clayde Regina Mendes, e-mail:
clayde@puc-campinas.edu.br
BIBLIOGRAFIA
Entrelaçando Saberes, Miriam Cardoso Utsumi
(org.), 200 págs., Ed. Insular, tel. (0_ _48) 223-3428, 25 reais
INTERNET
Descubra mais detalhes sobre a história da
Estatística nos siteswww.ine.pt/prodserv/Literacia/lites.html,
www.esgb-antero-quental.rcts.pt/
NMAT/estatistica.htm ewww.estatisticapr.hpg.ig.com.br/historia.htm.
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