Recursos alternativos/jogos na Sala de Recursos Multifuncional: A Baixa Visão ou Visão Subnormal

A baixa visão pode passar despercebida por professores, familiares e até mesmo pela criança até que seja cobrado dela um maior desempenho visual, o que comumente acontece no 1º ano do Ensino Fundamental, por volta dos 6 anos de idade. Quanto antes o problema visual for detectado, maiores serão os aproveitamentos visuais, a criança poderá ter um desenvolvimento maior e outros problemas podem ser evitados. O aluno com baixa visão terá seu processo educativo baseado nos meios visuais e, muitas vezes, precisará contar com recursos específicos.

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) e o ICEVI (Conselho Internacional de Educação de Pessoas com Deficiência Visual), considera-se que uma pessoa tenha baixa visão quando: * a sua acuidade visual, que deveria ser em média 20/20, é 20/70 até a percepção de luz; * o seu campo de visão é inferior a 10% do seu ponto de fixação; * apresenta alterações na sensibilidade aos contrastes e cores; * tem dificuldade de adaptação à iluminação.

AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS ALUNOS COM BAIXA VISÃO NO AMBIENTE ESCOLAR, GERALMENTE, SÃO:

dor de cabeça frequente;
aproximação dos cadernos, livros ou lousa para executar a tarefa;
dificuldade em observar detalhes de um livro ou de um objeto;
dificuldade em ler textos ou livros com letras em tamanho padrão;
dificuldade em executar tarefas em folhas mimeografadas;
olhos semicerrados ou arregalados no momento da leitura ou escrita;
dificuldade em reconhecer pessoas ou objetos a distância;
esbarrões ou quedas comuns em ambientes novos;
prejuízo no momento de realizar tarefas escolares;
dificuldade nas atividades sociais e de lazer;
tempo maior para realizar as tarefas escolares.

Pode acontecer de esses alunos serem confundidos com hiperativos, distraídos ou estabanados. Eles ainda podem desenvolver alguns recursos compensatórios, como tombar a cabeça na leitura, picar insistentemente os olhos, esfregar os olhos o tempo todo, etc. Vale ressaltar que esses comportamentos podem intensificar o problema ou criar um novo, como torcicolo crônico ou infecções repetitivas no olho, por isso devem ser evitados e é preciso procurar a ajuda de um profissional quando forem detectados.

ATITUDES QUE PODEM SER TOMADAS:

o aluno com baixa visão deve sentar-se na primeira carteira, de preferência no meio da sala de aula;
é necessário que ele tenha um tempo maior para executar as tarefas;
textos escritos na lousa podem ser entregues para o aluno com baixa visão em letras ampliadas de acordo com a necessidade do aluno.

RECURSOS ÓPTICOS PODEM AUXILIAR MUITO O PROCESSO EDUCATIVO. ALGUNS DELES SÃO:

pranchas em plano inclinado:
cadernos com pautas ampliadas:

tiposcópio:
textos ampliados:

Vale ressaltar que cada caso de aluno com baixa visão deve ser analisado pela equipe que o acompanha para que sejam utilizados os recursos mais adequados para cada um.

PRIMEIROS PASSOS PARA TRABALHAR COM ALUNOS COM BAIXA VISÃO

A visão é um sentido muito importante para o entendimento do mundo pelo ser humano. Em média as experiências de vida são carregadas de 70% de informações visuais. Quando se tem um aluno com deficiência visual em sala é importante saber que algumas adaptações serão necessárias. A seguir alguns passos importantes para o professor ao receber alunos com deficiência visual:

1º PASSO: é necessário saber quando a deficiência visual ocorreu. A criança que nasce com deficiência visual tem um conhecimento de mundo diferente daquela que perdeu a visão aos 6 anos de idade. Esse dado é importante para que possamos saber quais considerações, exemplos e atitudes podem ser tomadas.

2º PASSO: é necessário saber qual é o grau de perda visual do aluno. Podemos ter um aluno com perda visual em apenas um olho, o que não se caracteriza como deficiência visual. O aluno pode ter baixa visão ou cegueira. A partir do conhecimento desse diagnóstico, a utilização de recursos, as mediações e as interferências realizadas irão variar em cada caso.

3º PASSO: é necessário saber quanto tempo se passou desde a perda até o momento presente. Se o aluno apresenta a deficiência visual há mais de 2 anos, possivelmente terá desenvolvido alguns recursos e realizado tratamentos, diferente daquele que acabou de receber o diagnóstico e todo o tratamento ainda está por começar.

4º PASSO: é necessário saber como ocorreu a deficiência visual, se foi de forma súbita ou gradual. saber se a perda é progressiva também pode fazer com que novos estímulos sejam oferecidos precocemente, como o ensino do Braille, por exemplo, no caso de ser uma perda progressiva.

A avaliação oftalmológica é composta pelo diagnóstico e tratamento das doenças e alterações visuais. Compreende a avaliação da acuidade visual, do campo visual, da sensibilidade aos contrastes, da visão de cores e a prescrição e orientação para uso de recursos ópticos especiais.

ATIVIDADE PARA EXPLORAR COM ALUNOS COM BAIXA VISÃO

O processo de aquisição da leitura e escrita não é diferenciado para aluno que apresenta baixa visão, mas devemos ficar atentos às necessidades de cada um. Ele pode precisar de ampliações, relevo e recursos ópticos, elementos que podem auxiliar, e são essenciais, na aquisição e construção da leitura e escrita. Devemos utilizar estratégias ou técnicas para a estimulação visual, para que esse aluno consiga a aquisição da leitura e escrita. Devemos estimulá-lo a tomar consciência de seus diferentes sentidos, discriminar e reconhecer diferentes relevos e organizar sua visão, ou seja, qual a melhor forma e o melhor posicionamento para ver. Logo baixo segue algumas sugestões de atividades que exploram diferentes disciplinas.

Alguns cuidados para se utilizar o jogo do BINGO:

a cartela deverá ter o mesmo número de espaços, mas precisa ser feita num tamanho diferenciado, conforme o resíduo de visão do aluno;
as cores da cartela devem ser contrastantes, como branco e preto ou amarelo e preto;
as margens devem ser engrossadas;
o marcador deve ser maior e em cores muito fortes.